CEO do Botafogo é sincero e abre o jogo em entrevista falando de investimentos

Thairo Arruda falou sobre Fair Play e investimentos no Futebol brasileiro

O CEO do Botafogo Thairo Arruda abriu o jogo e falou sobre investimentos e Fair Play no Futebol Brasileiro no ano de 2023 em entrevista para o Diário Lance, através do podcast realizado por Felipe Ximenes “Futebol além do óbvio”.

“O retorno do investimento é proporcionado de duas formas, de qualquer investimento em empresas: o dividendo ou a valorização da ação, o que chamamos de equity. Se você pega o caso da Uber, a maior companhia de transporte do mundo, nunca pagou dividendo. Mas o acionista lá atrás cresceu fazendo retorno em equity, na valorização das ações. Se vender um pedacinho da Uber, vai ter retorno absurdo. O mesmo aconteceu com a Amazon, a expansão dela foi abrindo mão da lucratividade, você diminui o lucro, o produto é mais barato, mas expande. Nunca pagou dividendos, mas hoje é uma das maiores companhias do mundo. Esse tipo de lógica se adequa bem ao futebol”, falou Arruda.

Hoje o Futebol, além dos investidores, tem muito o debate sobre Fair Play, principalmente quando o assunto são contratações de jogadores e teto salarial e Thairo falou sua opinião sobre o tema.

“Se você compra um ativo a um valor x e usa todo o recurso por ele gerado dentro da operação, você está abrindo mão do seu dividendo. Mas lá na frente, se fizer bom projeto esportivo, tem um clube que vale muito mais do que quando você comprou. Essa é a lógica do retorno do investimento. Mas para isso tem que ter breakeven, uma saúde financeira, para gerar esse valor de equity. O que acontece que prejudica os clubes a conseguirem o breakeven? É a concorrência desleal. Quando você olha o futebol, existe alta correlação entre gasto com jogador e resultado em campo. É fácil dizer quem gasta mais tem mais chance de ser campeão. Mas tem clube que gasta além da conta. Tem R$ 200 milhões de receita, decide gastar 300 ou 400 milhões. Cria vantagem competitiva desleal, está colocando em xeque projetos de breakeven, que são mais sustentáveis”, mencionou o CEO

Para defender sua tese, Thairo foi enfático e utilizou exemplos de outros clubes brasileiros, entre eles, o Atlético Mineiro, adversário do Glorioso desse sábado (16).

” Aconteceu com o Cruzeiro, ganhou tudo em determinado tempo, dois anos depois estava falido, aconteceu com o Atlético-MG também, teve muito endividamento após uma conquista. São gastos acima do planejado. Daí vem a importância do fair play financeiro. Lá na Europa eles identificaram esse tipo de comportamento e colocaram um basta. “Você vai gastar o que pode para não criar uma concorrência desleal”. É um fair play financeiro, falta isso no Brasil. Por que isso é importante para o investidor? Porque por exemplo, nós do Botafogo, que visamos breakeven, podemos perder campeonatos para clubes que estão gastando desordenadamente. Quando coloca o fair play financeiro, acaba limitando gestões temporária que gastam acima do esperado e privilegia os projetos que visam realmente o crescimento sustentável, são coroados com mais possibilidades de campeonato”, finalizou Thairo no podcast.

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